Como surgiu a função do Coroinha na Igreja?

Desde os tempos mais antigos, a Igreja instituiu alguns ministérios visando render a Deus o devido culto e também prestar serviços ao povo de Deus. Desta forma foram confiadas aos fiéis algumas funções dentro da Sagrada Liturgia. Para a devida organização destes ministérios, a Igreja diferenciou estes ministérios em duas partes; as ordens menores e as ordens maiores, as quais mediante uma bênção suplicada a Deus ficava constituído numa classe ou grau determinado, para desempenhar algum ofício eclesiástico, voltado às ações litúrgicas. Os ministérios de acolitato e leitorado faziam parte das ordens menores, assim como os ministérios diaconais e presbiterais faziam parte das ordens maiores.

Durante a preparação para o Concílio Ecumênico Vaticano II sentiu-se a necessidade de revisar estas ordens menores, uma vez que a instituição desses ministérios são a candidatos aos ministérios maiores, ou seja, são ministérios instituídos aos seminaristas que estão nos seus estágios finais da preparação para a ordenação diaconal e posteriormente presbiteral.

Após o Concílio Vaticano II, com a autorização da Igreja para a celebração das missas nos idiomas naturais de cada povo, houve a necessidade de fiéis leigos para auxiliar os ministros ordenados durante a celebração litúrgica da missa, uma vez que os acólitos e leitores instituídos eram em número muito pequeno comparado ao número de comunidades católicas.

Desta forma surge então a necessidade de fieis leigos para auxiliar no serviço ao altar. Os leigos começaram a contribuir nas mais diversas funções do rito eucarístico, como leitores das Sagradas Escrituras, cantores e músicos que ajudam a dar ritmos aos hinos, ministros auxiliares para a ajudar na distribuição da Sagrada Eucaristia, os coroinhas no serviço do altar, entre outras diversas funções.

O que faz o coroinha?

A função do coroinha é auxiliar o presidente da celebração no translado dos objetos litúrgicos durante a liturgia eucarística. Nesse momento, ele auxiliará na entrega dos vasos sagrados, servindo o vinho e o pão que serão usados na eucaristia. Sua ajuda também é indispensável na celebração dos demais sacramentos e ações litúrgicas. Isso segundo o costume local e a ser combinado com o padre e os ministros extraordinários da eucaristia.

Padroeiro dos Coroinhas

São Tarcísio – MÁRTIR

Tarcísio pertencia à comunidade cristã de Roma, era coroinha na igreja na Igreja de Roma, no papado de Sisto II. No decorrer da terrível perseguição do imperador Valeriano, muitos cristãos estavam sendo presos e condenados à morte. Nas tristes prisões à espera do martírio, os cristãos desejavam ardentemente poder fortalecer-se com Cristo Eucarístico. O difícil era conseguir entrar nas cadeias para levar a comunhão.

Nas vésperas de numerosas execuções de mártires, o Papa Sisto II não sabia como levar a Eucaristia aos presos. As autoridades sabiam da existência de um líder cristão, o Papa, mas não sabiam quem ele era e nem onde encontrá-lo, pois as comunidades cristãs celebravam a Eucaristia às escondidas por medo das perseguições. Estas autoridades esperavam que o Papa levasse comunhão para os presos condenados à morte, e quando ele chegasse o matariam junto com os demais cristãos. Foi então que o acólito Tarcísio, com cerca de 12 anos de idade, ofereceu-se dizendo estar pronto para esta piedosa tarefa. Relativamente ao perigo, Tarcísio afirmava que se sentia forte, disposto antes morrer que entregar as Sagradas Hóstias aos pagãos.

Comovido com esta coragem, o papa entregou numa caixinha de prata as Hóstias que deviam servir como conforto aos próximos mártires. Mas, passando Tarcísio pela via Ápia, uns rapazes notaram seu estranho comportamento e começaram a indagar o que trazia, já suspeitando de algum segredo dos cristãos. Ele, porém, negou-se a responder, negou terminantemente. Bateram nele e o apedrejaram. Depois de morto, revistaram-lhe o corpo, nada achando com referência ao Sacramento de Cristo. Seu corpo foi recolhido por um soldado, ocultamente cristão, que o levou às catacumbas, onde recebeu honorifica sepultura.

Ainda se conservam nas catacumbas de São Calisto inscrições e restos arqueológicos que atestavam a veneração que Tarcísio granjeou na Igreja Romana. Tarcísio foi declarado padroeiro dos coroinhas, que servem ao altar. Mais uma vez encontramos a importância da Eucaristia na vida do cristão e vemos que os santos existem não para serem adorados, mas para nos lembrar que eles também tiveram fé em Deus. Eles são um exemplo de fé e esperança que deve permanecer sempre com as pessoas. Então, a exemplo de São Tarcísio, estejamos sempre dispostos a ajudar, a servir. Se cada um fizer a sua parte realmente nos tornaremos um só em Cristo.

Sua festa é celebrada no dia 15 de agosto.

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Coroinhas da Paróquia do Senhor Bom Jesus de São José dos Pinhais

Atualmente nossa paróquia conta com aproximadamente 90 coroinhas distribuídos entra a Matriz e comunidades.

Se você, criança ou adolescente deseja ser um coroinha, venha participar das nossas reuniões mensais. Vocês pais, avós ou responsáveis, incentivem as crianças a participarem do nosso grupo, pois como disse São João Paulo II, quando ainda exercia seu papado em abril de 2004, na ocasião do envio da tradicional cartão aos sacerdotes do mundo na data em que se celebra a instituição da Eucaristia; “Cuidai especialmente dos coroinhas, que são como um “viveiro” de vocações sacerdotais”. Ainda nesta mesma carta, agora direcionando as famílias disse; “Recorrendo à cooperação de famílias mais sensíveis e dos catequistas segui, com solícita atenção, o grupo dos acólitos para que, através do serviço do altar, cada um deles aprenda a amar cada vez mais o Senhor Jesus, reconheça-O realmente presente na Eucaristia e saboreie a beleza da liturgia”, e mais, “Quando crianças e adolescentes realizam o serviço do altar com alegria e entusiasmo, oferecem aos da sua idade um testemunho eloquente da importância e da beleza da Eucaristia”.

O CERIMONIÁRIO, o mestre de cerimônias, é que prepara e dirige, em sintonia com o presidente e com os demais responsáveis, a celebração. Deve ser conhecedor da sagrada liturgia e ao mesmo tempo, deve saber como devem sem organizadas as celebrações. (cf. §34, Cerimonial dos Bispos)

O grupo de coroinhas da Matriz é atualmente coordenado pelo casal Valdir Floriano e Luciene Vieira e a reunião é mensal, sempre no terceiro sábado de cada mês às 14h, na Matriz da Paróquia do Senhor Bom Jesus.